terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Sobre os filhos

Khalil Gibran, O Profeta

Sobre os filhos

Filhos, alcanço este capítulo em perfeito momento, quando eu e minha amada estamos testemunhando a geração da Liz, nossa filha. A temperamental menina que já chuta e cabeceia! Ainda a conhecemos apenas em preto e branco, mas, o que abaixo concluo baseado nos livros que estou lendo, somado ao que resume Khalil Gibran, corrobora que estamos teorizando correta e justamente aquilo que todos os pais de meninos e meninas deveriam pensar e aplicar na educação, no acompanhamento do crescimento e evolução de seus filhos. 

Desavisados pais de primeira viagem podem criar suas epopeias de como será a rotina e a educação aplicada ao seu filho, acho normal que imaginemos que, quando algo novo é anunciado, as expectativas fazem-nos criar modelos de como será cada minuto do seu nascimento, passando pela primeira infância, adolescência, etc... mas Gibran nos traz de volta à realidade com a síntese de apenas uma página onde coloca o que aqui, comentarei, seguindo o propósito desta sequência de textos.


"Seus filhos não são seus filhos."

Extravagante introdução para espanto no imprevisto argumento que impacta o início da expressão da lúdica definição que, torna a fazer sentido com o sequenciar dos argumentos que se seguirão nas linhas deste capítulo que quanto menos iniciamos.

Aos pais, usarei o termos pessoais de posse para que nos percebemos mais próximos de nossa realidade, ao invés de utilizar-me da terceira pessoa como se aos conselhos, seguisse nesta defesa pela análise do que trata o tema primário: nossos filhos. Àqueles que ainda não detém o adjetivo, utilizem esta análise para voltar os olhos para sua criação, para seus pais, na condição de filhos e, quiçá, possam visualizar e até mesmo entender o porquê de certos vícios, modos, cultura e até mesmo, suas frustrações profissionais e pessoais. Não pretendo, sequer tenciono tornar esta análise um motivo ou instrumento de cura, mas, ao que servir para esclarecer, estarei extrapolando minha humilde expectativa de análise.

Nossos filhos são resultantes do estado de angústia da Vida que, através de nós, enquanto pais, realizamos, na concepção de um novo ser, independente ao que tange a fisiologia do respirar, daquele coração bater até o respirar de seus pulmões. Eleitos como breves responsáveis pela guarida, ao cuidar de sua saúde e acompanhar seu crescimento, soa mesmo impessoal, mas racionalmente lógico que um filho nasce por meio de nós e  não de nós como imaginamos e aprendemos com a sociedade que, descende da cultura da busca pela responsabilidade dos progenitores. Nós, enquanto filhos, reconhecemos nossos pais como mentores, como guia, como suporte e segurança, porém, seremos sempre seres individuais, em pensamento, em alma e defronte a vida.

O pais têm, por consequência, da responsabilidade social que lhes cabe ou por costume, chamar os filhos de seus, em uma referência de posse, identificando que são parte ou patrimônio de suas vidas, remetendo à costela de Adão na figura teatral bíblica. O seu filho vive junto de seus pais, mas é uma pessoa única, uma alma originalmente livre que herdará costumes do meio em que estiver inserido e jamais dependente fisiologicamente de seus pais, amigos e outras pessoas que o cercarem. Os filhos poderão receber amor de seus ancestrais, mas não terão seus pensamentos controlados e, aqui, começamos a corroborar que, aquele enunciado, começa a fazer sentido um tanto menos surpreendente e mais aprazível na sua interpretação. Terão seus próprios pensamentos e a sua forma única de compreensão sobre a vida e sua inclusão na sociedade.

Jamais tentemos enquanto pais, tornar seus filhos à espelho de vós, sendo possível apenas, aproximar-se de como são respeitando sempre a regra do caminhar lado a lado como almas que cultivam a companhia do caminhar pelas estradas da vida. 

Finalizo essa análise com a mesma figuração que exemplifica os pais sendo arco, tendo os filhos como flechas, uma linda passagem para lermos: "Vocês são arcos pelos quais seus filhos são lançados ao longe como flechas vivas. O arqueiro vê o alvo no infinito, e puxa com força cada flecha para que ligeira voe longe. Deixem-se na mão do Arqueiro por boa vontade; porque assim como Ele ama o voo da flecha, também ama o arco que é estável.

Ao passo que os pais entenderem-se como instrumentos indispensáveis na mecânica da vida, entenderão que ao conceberem a oportunidade da vida aos seus filhos, estão cumprindo com  uma lei da vida, que, independe da crença quanto ao "arqueiro" enquanto figura da energia vital que nos move no sentido da vida, terão realizado a vontade de cada célula vida que busca a vida como resultado primeiro do viver.


Abstrato.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Sobre o Casamento

 Khalil Gibran, O Profeta

Sobre o Casamento

Casamento, experiência mágica que completamos 1 mês. Apesar de estarmos juntos já contam 6 anos, o que prova ser uma linda cerimônia, emocionante e cheia de signos, chaves e provas de comprometimento e interligação de laços que se afirmam ainda mais quando os declaramos, temos o mesmo sentimento, o envolvimento que nos sugere esta união.

Apesar de nunca ter tido acesso ao conteúdo deste livro que meu propósito é o comentar, vejo no retrovisor da minha história que em muito assemelha-se ao que foi sugerido pelo nosso personagem, Almustafa. Pois bem, antes que este enunciado transforme-se em um monólogo que descreve a minha união, vamos mergulhar neste capítulo do libro de Khalil Gibran.

Mapa Mental

Inicialmente e de maneira muito astuta, após a sugestão de Almitra em solicitar que Almustafa falasse sobre o casamento, ele começa com a base, impondo uma condição que, pode mesmo variar de acordo com as crenças de cada filosofia religiosa particular, portanto, aqui, vou me deter a expor especificamente o que, a tradução para o nosso idioma nos sugere do conteúdo original desta obra, reservando-me o direito da isenção.

Depois dessa vacina anti mimimi's, vamos lá:
"Vocês nasceram juntos e juntos permanecerão para sempre." Depois desta frase, fica claro que o Profeta sugere que aquele ditado tradicional "eles foram feitos um para o outro" tem uma razão ideológica muito forte e arraigada nos conceitos do casamento cristão, onde, só existe uma única união perante o seu Deus, reforçando que do nascimento à morte, estas duas pessoas serão, de forma reiterada na frase pelo termo juntos, uma única oportunidade de contrair matrimônio. E segue reforçando o mesmo conceito em uma interpretação mais rebuscada do mesmo jargão muito conhecido entre nós: Até que a morte nos separe porém de forma mais alegórica, como todo o conteúdo deste livro nos sugere, vejam: "Estarão juntos quando as asas brancas da morte dispersar seus dias." e ainda: "Sim, deverão estar juntos até na lembrança silenciosa de Deus." e a defesa encerra: está muito claro nas frases do profeta a missão individual do ser humano em contrair matrimônio por uma única oportunidade e nesta, entregar o coração nas mãos do amor, promovendo uma sadia convivência e, para celebrar esta condição de união com o respeito, ele segue evoluindo sua alegoria para o conceito que considero o mais importante de todos quando tratamos ou sugerimos pensarmos em uma união que encontre dois seres humanos sob o mesmo teto.

"Mas permitam que haja espaço na união, e que os ventos celestiais dancem entre vocês." É impressionante a habilidade do autor em contemporizar o compromisso com o respeito pela distância, apesar de sucinto o capítulo, deixa muito claro que ambos precisam promover o direito ao silêncio... "Cantem e dancem juntos com alegria, mas deixem que cada um fique a sós, em sua própria companhia." Eu tenho certeza de que todos os casais que correrem os olhos sobre este texto, darão completa razão ao pregador em mais uma alegoria pronunciada com a categoria de um artista. Com exemplos lúdicos, demonstra que as cordas do alaúde vibram separadas mas em uníssono, promovendo a música, os pilares dos tempos apesar de separados, sustentam a mesma edificação. Sua maneira humilde e simplificada de expressar a necessidade de, em um casamento, ambos manterem suas vidas separadas, unidos pelo amor, suportando juntos as dificuldades da rotina, respeitando o sagrado silêncio e a distância que mantém o movimento do mar entre as fronteiras da alma, lindo isso, superlativo ao limite do tamanho e a importância de uma união entre duas pessoas.

Não posso encerrar essa leitura sem contemplar a noção específica declarada no que toca a partilha e o respeito entre as partes onde sugere: "Encham a taça um do outro, mas não bebam de uma só taça." e ainda: "Deem um ao outro o pão, mas não comam da mesma fatia." Se por menos posso comentar sobre, do trabalho ao lazer, nada deve superar os limites do outro, assim como o sadio distanciamento, do silêncio e do respeito ao não pertencimento da alma, em razão da entrega do coração e de coração, ainda preserva o senso do pertencimento de cada um onde ambos devem produzir para colher, devem somar para dividir de forma equivalente. É apenas uma página em ambos os lados, mas que nos leva distantes e profundamente, numa avaliação do seu conteúdo e suas mensagens.

Por fim, sobre o casamento, se trata sim de um ponto de vista, num momento muito anterior aos dias atuais e ao desgaste da cultura, da formalização e das raízes que enfraqueceram sobre um respeito ao movimento social que foi criado e disseminado no passado para nossos avós, bisavós... mas ainda considero haver espaço para a leitura crítica e não alienante, espaço para o saber que enriquece o homem. Ainda considero haver espaço para o casamento e para a condição do ser humano de ser... humano.


Abstrato.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Sobre o amor

 Khalil Gibran, O Profeta

Sobre o Amor

Amor para poucos e para o mundo inteiro, como chuva que aceitamos quando erguemos os braços, com um sorriso franco nos lábios e permitimos fazer parte da paisagem que é ungida pelo delicioso momento de renovação. O amor por escolha, em sendo escolhido, proporciona a mudança do ser humano no seu mergulho para fora de si mesmo.

Neste capítulo, o protagonista é solicitado por Almitra a falar sobre o amor.
Pois bem: vamos ao mergulho em um dos sentimentos mais pungentes, influenciador de muitas decisões de rumos importantes na história da humanidade, assim como guerras e pacificações. O grande e intangível amor.


O amor pode ser comparado e ornado nas mais diversas alegorias para que possa servir de exemplo simplificado para os seres humanos. O Amor, por si, um sentimento que nos captura silenciosamente, deixando vago o espírito pois rouba na sua essência, aquilo que de mais perverso temos, tornando cada ação, um reflexo do resultado que poderíamos esperar do outro. Fazemos por entender com empatia, o sentimento do outro.

O Amor que deixamos na cama a cada amanhecer, perdendo o coração para o reencontrar no café da manhã, fazendo valer o momento mais intenso que temos conosco, deixando despir nossas vestes de egoísmo para então transformarmo-nos em um novo ser, não mais individual. Quando aceitamos o aceno do amor em sua completude, vemos além do nosso propósito único de sobreviver, aceitamos que vamos ter alegrias e tristezas, aceitamos nos acolhes nas asas da sua proteção e sermos feridos pela espada que esconde entre suas brumas (passagem linda da alegoria descrita pelo autor).
Do amor que vemos em cada profissão, em cada atividade que reconhecemos ser realizada com afinco onde o ganho não é importante e por diversas vezes, desproporcional ao que propõe o trabalho que é realizado. Quando mergulhas no amor, deixa de ser seu próprio corpo e passa a fazer parte do mar. Quando promove seu coração, não terás nele alguém e sim, estarás no coração de quem ama. Do efêmero e intangível, o amor desconstrói, derruba todas as suas crenças para formares um novo ser de nova ideologia, onde não mais terás construções, muros ou barreiras, pois fará parte do amor da vida, respirará o éter para sempre na sua mais pura concepção, então, vais habitar o amor.
Creio que apenas conheceremos nossos corações quando sim amarmos singularmente, visto que em nada nos exige, nada nos oferece. O Amor não pode jamais ser confundido com o senso de posse, do desejo de ter em si enjaulado aquilo que sugere amar. O amor não aceita aprisionamento e não é um sentimento que está dentro de nosso peito, jamais! Portanto, quando pensares sobre o amor, este, deve estar refletido na sua aptidão, nas suas ações, no outro que nos vale a vida sem que por qualquer circustância, pensemos em pedir pagamento ou troca, reconhecimento ou declarações por conta do que fazemos, isentando o próprio ser para viver o amor na sua plenitude.
De todos os sentimentos, o amor é aquele de propósito próprio, indivisível, que não confere regras e sequer exigências, apenas, está para o mundo para que o percebamos, para que vivamos este novo caminho que se abrirá quando o amor arrancar de você o coração, entregando um pedaço deste a cada estrela que compõe o céu dos seus sonhos. 

O amor, na sua essência acorda com  sorriso, agradecendo por mais um dia glorioso de amor, passa agradecendo por todo o tempo, cada uma das transições da vida e as oportunidades que temos, do canto dos pássaros, às refeições. No amor o dia conclui-se com um desejo infinito do bem para o ser amado, agradecendo por mais um dia, repleto de um sentimento que nos transborda.


Abstrato.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Análise Comentada

 Khalil Gibran, O Profeta

Análise Comentada

Desafio é uma ótima forma para definir o motivo desta pequena série de comentários que faço a partir da obra de Khalil Gibran, O Profeta que chegou e me foi apresentada uma vez por uma filósofa, depois, presenteado por um grande amigo que, sem saber despertou em mim o desejo de produzir este material, afinal, se o texto é denso e por tal não sugere uma agradável leitura, o que mais posso fazer senão tornar mais contemporâneo o doloroso exercício da leitura.
E assim mergulho nesta leitura, numa análise que confronta com certo egoísmo, os ensinamentos do então personagem que profere o conteúdo grave da verdade sobre coisas simples, sobre sentimentos que, nos dias atuais julgamos dominar, conhecer e até mesmo desprezar por se tratarem de potenciais fragilidades que nos podem prejudicar a performance de uma vida consumista, regrada e determinada pelos valores capitalistas e políticos que nos cercam.




A Chegada do Navio

As sutis cortinas da história se abram em um formato que já sugere o que encontraremos no sequencial do livro. Um preâmbulo de clarividência ilumina nossas almas com a profundidade do sentimento desvelado pelo protagonista.

“Assim é o amor, só conhecemos sua profundidade no momento da separação.” E assim conclui após revelar todas as frases de sentimento que expressam aqueles que o tiveram do seu lado, com a livre possibilidade da sua companhia e seu conhecimento por mais de 12 anos. Por fim, no momento em que seus olhos rompem os portões da cidade, quando a despedida é iminente, só então, os moradores do pequeno vilarejo contemplam a importância da sua presença. Apenas quando, e sem mais possibilidade de retroagir no tempo, seus amigos analisam seus próprios sentimentos, concebendo a dor da partida, vislumbrando a triste dor que lhes aponta no horizonte do futuro, da saudade e a falta que nosso protagonista fará por não mais escrever, por não mais pintar o mundo a partir de sua sensibilidade.

Consternado com sua partida e com a pele que lhe é arrancada numa dor terrível por deixar naquela ruas, naqueles campos e naqueles montes, partes suas de história, de pensamento e emoção. Dilacerado pela lâmina da tristeza, sabe que desta partida, uma grande cicatriz ficará gravada para sempre em sua memória. Homem de grande capacidade de confecção dos arquétipos, transmite com beleza e leveza a razão, necessária para expressar seu desejo: levar consigo. De seu “coração suavizado pela fome e pela sede”, compreende não poder carregar consigo todo aquele lugar, todas as pessoas, assim como descreve que a “A voz não pode levar a língua e os lábios que lhe deram asas. Sozinha deve seguir o éter. E sozinha, sem seu ninho, a águia deve voar através do sol.”

Muito já sabemos, e sentimos, sobre despedidas que olhamos no retrovisor de nossa história. São graves as chagas que carregamos, como moedas que recebemos, enchendo nossa carteira, pesando em nosso caminhar e Asim, arrastamos colecionáveis dores, feridas ímpares e marcantes sob nossa pele de memória infinita onde debruçamos longas horas. Na busca por uma interpretação que traga alento ao coração, sentimos o sumo do amor, o arrependimento das palavras que não falamos, das ações que ficaram apenas em nossa ideia sem que as tenhamos empreendido.

Assim, partir é a única alternativa, mesmo com os olhos sangrando, com um peso imenso do tempo carregado em suas costas, o tempo lhe permite apenas caminhar em direção ao seu destino: o barco que lhe aguarda para partir rumo ao seu sonho: voltar para sua terra madre, para um outro despertar que o horizonte lhe devolva parte de outra dor, quando houvera deixado parte de sua vida, numa partida que não lhe deram por escolher fica.

O que se segue, neste livro são as lições sobre sentimentos, cultura, sociedade e, dos mais básicos preceitos que nosso protagonista vai deixar para os habitantes deste lugarejo, qual, ele noa pode carregar em sua mala. Conforme supostamente pretendia Khalil Gibran, também Almustafa: “Vim a este mundo para escrever meu nome na face da vida com letras grandes.”
Aqui, poderíamos sim tecer inúmeras linhas sobre os motivos que nos elevam para buscar também escrever nosso nome na face da vida com letras grandes, errado pode estar porém, o propósito que vem sendo estrategicamente modificado, tornando o homem, a criação mais perfeita da natureza, instrumento da ganância e da escravidão pela simples busca fria de um arenoso sucesso que não mais compreende o motivo principal da evolução da vida, no seu pensamento, nos seus ensinamentos. 

E assim entraremos nos capítulos deste pequeno registro de Khalil Gibran onde em, apenas 26 capítulos ou abordagens, nos deixa um legado, nos permite pensar sobre quais são as tintas que usamos par escrever no livro de nossos dias. Sobre o papel da oportunidade de cada novo dia neste livro da nossa história, o que propomos e sentimos de tudo que vemos nos dias atuais - o livro da nossa vida.


Abstrato.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Conteúdo: Vida

 Um convite para pensar na vida




Pensar na vida enquanto vivo

O pensamento é um dos presentes que os racionais seres humanos possuem, apesar de pouco exercitarem. Hoje pensamos sobre a vida, sua finitude e, claro, nossa divina possibilidade como racionais de percebermos e estarmos conscientes desta finitude que ronda toda a nossa caminhada pela vida. Nossas religiões preparam/amedrontam seus fiéis para o dia do fim, para o quando não mais habitaremos nosso corpo terreno, tangível e que, para muitos, é o que representa a vida...


Aproveitar a vida

Muitos falam e defendem que devemos aproveitar a vida... (silêncio enquanto penso...) o que significa aproveitar a vida no individual cenário composto pelo acumulado de experiências que cada um carrega no livro de seus dias? Isso é muito individual, individual tal como sua digital do dedão direito. Mas, contextualizando para facilitar a abordagem... se evitássemos uma vida fria, onde escondemos o afeto para que não haja sofrimento, nos escondamos por trás de um grande profissional frio e metódico para que não nos descubramos afetivos, com sentimento, com medos e dores, com problemas e falhas. Além disso, deveríamos evitar a frieza das relações, de nossas emoções e da forma como encaramos e damos o toque de fervura das emoções que fazem com que a vida tenha seu tempero, calor e emoção. Aproveitar a vida é também não deixar-se escravizar com pensamentos e medos que nos impeçam de sentir a vida e dela fazer parte quando compomos um dia diferente em nossa rotina com um desafio, uma descoberta, quando fazemos algo que, pela primeira vez o fazemos, acumulando assim mais vida a nossas vidas. E por fim, crescendo através do conhecimento e do estudo, melhorando nossos atos, nossa alimentação e o formato híbrido com o qual podemos encarar as atrocidades, buscando melhorar, buscando alternativas. Agora mesmo, somos surpreendidos com a medicina que ao passo que levara sempre cerca de 10 anos para comprovar o sucesso de desenvolvimento de um imunizante, hoje, em menos de um ano, temos uma vacina para o mundo inteiro. Aproveitar a vida, é não passar por ela ou apenas deixar que ela passe enquanto ficamos de braços cruzados, tomando nosso chá, cometendo o gravíssimo pênalti de ainda, julgá-la: "pra você ver né, já estamos em maio...".

Sentir a vida


Nossa vida é muito curta. Curto é um contrassenso, um pour épater les bourgeois, pois se aproveitássemos melhor nossas horas, nossos minutos, a vida não seria curta, seria suficiente. Estamos acostumados a marcar compromissos de uma manhã inteira para um assunto que não precisa mais de 40 minutos, arredondamos um dia para resolver uma questão que não precisa mais do que 2 horas. Boicotamos nossa capacidade criativa em razão do tempo, devido. a nossa incapacidade de calcular, estimar e definir o quanto empenho do meu tempo nesta ou naquela função. Mas, não é meu intuito aqui representar o conceito Power Self, vamos nos economizar certo? Precisamos sentir a vida, mesmo tendo a sombra da previsibilidade do fim, como não sabes estimar o tempo de resolução de um problema, quiçá (dentro dos limites do possível) poderá você estimar o tempo que tem para sua própria vida. Sentir a vida... não permitir que esta seja pequena, que suas páginas sejam deixadas em branco, pois, quando fores retomar suas lembranças, espero que tenha muito o que ler na história dos seus dias. Torço para que não sejas medíocre, vivendo os dias mesquinhamente buscando o poder, o dinheiro e a dominação. Minhas preces são para que consigas ser forte, não mínimo, apertando a mão de forma rígida tal como quem está ali presente, a olhar em meus olhos como quem expressa o desejo honesto de realmente estar ali, presente e escrevendo com caneta, aquele dia.

Viver a vida

Viver a vida não é apenas sentir o seu coração a bater, tirar férias, respirar e ver o sol nascer mais uma vez. Na minha análise, o ato de viver a vida tem maior profundidade e envolvimento com o social que contempla nossa necessidade ímpar de existir em sociedade, em comunidade e grupo organizado. Viver e sentir a vida é ter solidariedade em sua rotina existencial, sentir no peito a alegria em êxtase por perceber-se parte de um ato que contemple o apoio, atenção e suporte para qualquer outro ser vivo, seja ele um humano ou um animal que possa beneficiar-se de algo que pressupomos, tenha seu envolvimento de qualquer forma. Passar pela vida sem ensinar o que se sabe, é usar de todo egoísmo, guardando o que tens a oferecer para a humanidade dentro de si mesmo. Considero isso mais do que um desperdício, pois esse conhecimento estraga, tal como aquela comida na dispensa, por isso, a necessidade de compartilhar, convivência em sociedade e a apreciação do seu conhecimento que, em troca, receberás ainda mais dos seus interlocutores e, assim, o mundo cresce através de um Master Mind capaz de produzir ainda mais conhecimento e mudar a nossa realidade. Viver a vida é deixar um legado, dar tudo aquilo que te sobra para que não atravanque o seu caminho dentro de sua própria casa. Viver leve, viver pelo prazer da vida festejada com todo o recurso que te cerca. Viver por fim, é equilibrar frequência e energia entre tudo que contempla o cenário de nosso infinito universo.

Vidas comuns

É fácil verificar aquelas vidas comuns, simples, mornas, desconectadas do mundo. Vidas que aguardam a hora do almoço e depois a hora de ir para casa e depois a sexta-feira e por fim, quando terão férias e morrem quando se aposentam por que viveram esperando o fim. Triste verificar que, em algum momento da vida, agimos e pensamos assim... pois bem, verifiquemos o que temos de comum, onde estamos jogando a oportunidade da vida fora por que pensamos que seremos felizes em um momento futuro, longe do que neste momento nos propomos a fazer, afinal de contas, não mais existe a escravidão e somos livres para escolher viver com alguém, trabalhar, relacionar-se ou estar em plenitude na solidão certo? Se o meu chimarrão esfriou enquanto olhava a vida passar, não é a vida, a cadeira ou a temperatura do dia os culpados por isso.





Eu finalizo, o que não terá fim, com a inquietude que carrego por jamais considerar-me satisfeito e deixar que a vida passe, sem que eu esteja ao lado dela vivendo.


Abstrato.


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